A pesquisa Retratos da leitura no Brasil, elaborada pelo Ibope Inteligência em
parceria com o Instituto Pró-Livro (IPL), constatou que o número de leitores no
Brasil diminuiu no ano passado em relação a 2007. Em 2011 são 88,2 milhões (50%
da população) de pessoas, considerando como leitor aquela pessoa que leu um
livro nos três meses anteriores a pesquisa. Em 2007 eram 95,6 milhões de
pessoas (55% da população). Sem contar que a quantidade de livros lidos por
cada uma dessas pessoas também diminuiu: em 2007 eram 4,7 livros, em 2011, 4.
Por outro lado, os números
apresentados pelo mercado editorial são estratosféricos: a Bíblia já vendeu,
aproximadamente, 4 bilhões de cópias; o livro Ágape, do padre Marcelo Rossi, ultrapassou os 8 milhões de
exemplares vendidos; Cinquenta tons de
cinza já chegou em 100 mil livros comercializados. De acordo com os números
apresentados pelo Sindicato Nacional dos Editores de livros (SNEL) e pela
Câmara Brasileira do Livro (CBL), foram vendidos, em 2011, 469 milhões de obras
e faturamento de R$ 4 bilhões, contra pouco menos de 330 milhões exemplares
vendidos em 2007 e faturamento de pouco mais de R$ 3 bilhões.
Então para onde estão indo todos
esses livros? Quem os compra? Quem os lê? Por que o aumento se deu apenas nas
vendas e não no número de leitores? Se multiplicarmos o número de leitores
brasileiros segundo a pesquisa do IPL (88,2 milhões) pela média de livros lidos
por ano por cada um deles (quatro), chegaremos a 352,8 milhões de exemplares.
Então, onde foram parar os 116,2 milhões de exemplares restantes?
São perguntas difíceis de
responder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário