O carioca Luíz Alfredo
García-Roza resolveu se dedicar a literatura policial após se aposentar como
psicanalista e professor de psicologia e filosofia na Universidade Federal do
Rio de Janeiro. Céu de origamis é seu
nono romance policial e o oitavo em que o delegado Espinosa é protagonista.
Essa obra traz os elementos tradicionais do romance policial, como belas
mulheres sedutoramente perigosas, pistas falsas e despistes, mortes, suspense.
Mas também traz dilemas, como o vivido pelo delegado na sua relação com o
filho, que durante vinte anos, só viu durante as férias anuais.
A história começa com o
desaparecimento do dentista Marcos Rosalbo. À convite da bela e sedutora esposa
do dentista, o delegado Espinosa, que estava afastado do trabalho devido a um
atentado a faca, começa a investigar o sumiço de Marcos. Começa uma relação
ambígua entre ambos, às vezes marcada por uma dependência dela em relação a
ele, às vezes de desconfiança de parte a parte. Outro personagem de destaque é
a inteligente Cecília, secretária do dentista desaparecido, que tem sua
personalidade envolta em mistério até o final do livro.
Cecília também está presente num
deslize do autor (se não estou equivocado). Júlio, filho do delegado Espinosa,
apaixonado pela moça, vai até a sua casa. No endereço (fornecido pala própria
Cecília), ninguém a conhece, o que faz o leitor suspeitar da jovem. Páginas
depois, o delegado Espinosa vai ao mesmo endereço e, sem nenhum problema,
encontra a moça. Mas esse suposto deslize não compromete o livro, que tem uma
trama bem urdida que deixa o leitor em suspense do início ao fim.
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