Quem lê Os varões assinalados, do gaúcho Tabajara Ruas, tem a impressão que
a autor cavalgou ao lado do exército farroupilha. Com uma riqueza de detalhes
assombrosa, as cenas de batalhas são memoráveis e cheias de emoção. Como diz o
próprio autor, a sua intenção era escrever um livro de ação, não um épico. Conseguiu
os dois!
A partir de anotações extraídas
de documentos oficiais, notadamente do lado perdedor, Tabajara Ruas faz uma
revisão da mais longa guerra civil da história do Brasil, a Guerra dos
Farrapos, quando estancieiros gaúchos se sublevaram contra o governo central e
proclamaram uma república no sul do país.
Enfatizando as várias trajetórias
de cada um dos líderes do movimento, o autor não os absolve muito menos os
condena. Restringe-se a redimensionar alguns desses personagens, como o general
Antônio de Souza Netto, grande estrategista militar, segundo homem na
hierarquia militar do movimento e responsável pela proclamação da República
Rio-grandense.
As diferenças entre os líderes
eram tamanhas que nem todos eram separatistas e republicanos. O próprio líder
do movimento, Bento Gonçalves, era monarquista, mas isso não impediu a
proclamação da república. Os varões
assinalados está entre os maiores clássicos da literatura gaúcha. Eu diria
mais: esse livro deveria ser colocado entre os maiores clássicos da literatura
brasileira.
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