Na última sexta-feira acordei com
a notícia da morte do escritor João Ubaldo Ribeiro, o que me deixou triste. Na quarta-feira
a notícia era da morte do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna. Não quero
transformar esse espaço num necrológio, mas não dá para passar em brancas
nuvens a morte desse intelectual que teve a rara felicidade de transformar o
erudito em popular sem perder a qualidade.
Ariano Suassuna nasceu em João
Pessoa quando a capital paraibana ainda se chamava Paraíba. Filho do presidente
do estado, cargo que equivalia ao de governador, Ariano se mudou ainda adolescente
para Pernambuco, estado que adotou e que foi adotado. Foi em Recife onde iniciou
o curso de direito e conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do
Estudante de Pernambuco.
Ariano escreveu sua primeira peça
em 1947, mas o seu grande sucesso, O Auto
da Compadecida, foi encenada pela primeira vez em 1956, no teatro Santa Isabel,
em Recife. A peça vai marcar sua carreira, principalmente por causa dos dois
protagonistas, João Grilo e Chicó, personagens identificados com a alma
brasileira, mas, principalmente, com a alma nordestina. Esses dois personagens
são a cara do povo nordestino!
Apaixonado pela cultura popular,
mas adepto da cultura erudita, Ariano criou o Movimento Armorial, na década de
70, que tinha como objetivo criar arte erudita a partir de elementos da cultura
popular do Nordeste brasileiro. Ariano Suassuna foi internado na segunda-feira
após sofrer um AVC. Definitivamente, o mês de julho está sendo triste para a
literatura brasileira. Que acabe logo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário