Acossado por dívidas de jogo e em
meio a crises de epilepsia, viagens e perturbações nervosas, Dostoievski
escreveu O idiota em quatro meses,
entre os anos de 1867 e 1868, publicando-o em 1869. A despeito dos percalços
que enfrentava, o escritor russo conseguiu escrever mais uma obra-prima, a
exemplo dos seus outros livros. No caso de O
idiota, Dostoievski conseguiu reunir no seu protagonista, o príncipe
Míchkin, características de personagens como Cristo e Dom Quixote.
Depois de alguns anos se tratando
na Suíça, Míchkin retorna à Rússia para receber uma herança. Já no trem que o
trazia de volta ao país natal, o príncipe conhece aquele com quem travará uma
relação de amor e ódio por toda a trama, Parfion Rógojin, que tem uma paixão
doentia pela bela Nastássia Filíppovna, por quem Múchkin também se apaixonará.
Toda a trama de O idiota gira em
torno desses três personagens e das três belas filhas do General Ivolguin.
Dostoievski usa o príncipe Míchkin
para tecer críticas à sociedade russa do século XIX, que tinha uma aristocracia
falida, mas cheia de pompa, vivendo de aparências, pois não tinha mais recursos
para sustentar os luxos que tivera no passado e que ainda tentava mostrar que
tinha. Em uma sociedade (no caso, a russa do século XIX) corrompida pelo
individualismo e pelo egocentrismo, a bondade do príncipe Míchkin é vista como
um sintoma de idiotia, no seu significado patológico. Uma obra-prima,
considerada pelo crítico americano Harold Bloom como um dos Cânones Ocidentais,
ao lado de Crime e castigo e Memórias do subsolo
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