A juventude dos anos 60 e 70
tinha uma ditadura para combater e ídolos para venerar, mesmo que hoje esses
ídolos ( Guevara, Stalin, Fidel e afins) sejam contestados. A juventude dos
anos 80 tinha o novo rock e seus ídolos que surgiam como referência. A
juventude dos anos 90 e 2000 não tinha ditadura para combater nem ídolos a
seguir e por isso foi obrigada a criar novos paradigmas. Esse é o tema de É proibido proibir (2006), do diretor
chileno radicado no Brasil Jorge Duran.
Paulo (Caio Blat) é um estudante
de medicina que está mais preocupado nos prazeres que a vida universitária
oferece (drogas, sexo, festas) até que termine o curso e seja obrigado a
assumir responsabilidades. Ele divide um apartamento com Leon (Alexandre
Rodrigues), estudante negro de ciências sociais que vive proferindo seus
discursos panfletários prontos (e rasos) sobre a situação do país e namora Letícia
(Maria Flor), estudante de arquitetura. A amizade dos dois rapazes é colocada a
prova quando Paulo e Letícia se apaixonam, criando um triângulo amoroso.
A situação se complica ainda mais
quando Paulo conhece, durante uma aula no hospital, a paciente terminal
Rosalinda (Edyr Duqui), e tenta atender o seu pedido de ter notícias dos seus
dois filhos, ambos enrolados com a polícia. O roteiro tenta adotar uma
linguagem política dando a entender que a violência tem como única e exclusiva
causa a falta de oportunidades dos menos favorecidos. Não aprofundar a
discussão e mesmerizar as conclusões é o grande pecado do roteiro, que tinha
tudo para se aprofundar na discussão. Mas o filme é bom!
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