Segundo pesquisa feita pela
consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), encomendada pela
Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos para
vários países, o Brasil tem o penúltimo pior sistema de ensino do mundo, entre
40 países pesquisados. Só ganha da Indonésia, o que não é motivo de orgulho. O
ranking é elaborado a partir de testes feitos com alunos em áreas como matemática,
ciências e habilidades linguísticas. Todo brasileiro mais ou menos informado
sabe que não é nenhuma novidade o fato de que a educação brasileira não presta
e, o que é pior, não há perspectiva de melhora. A não ser nas cabecinhas
burocráticas e bem refrigeradas dos técnicos dos gabinetes de Brasília.
Coincidentemente (será?), os
países que alcançaram as melhores colocações do ranking (Finlândia e Hong Kong)
valorizaram não apenas o professor, mas também uma “verdadeira cultura de
aprendizado”, que inclui, além do professor, a escola como um todo e a família
do jovem estudante. Isso também não é novidade! Mas a valorização por si só não
tirará o professor da sua indigência intelectual. Isso é conversa de
sindicalista que fica sodomizando nossos ouvidos com conversa fiada. Valorizar
o professor, a escola e envolver a família no processo educacional é
importante, mas tem dois aspectos que não podem ser excluídos do debate.
O primeiro deles é parar de
tratar o professor como “coitadinho”, um desgraçado que foi mal formado, ganha
uma miséria e, por isso, tem que ser tratado com condescendência. Afinal,
“educar é uma missão” (frase odiosa!). E professor adora passar essa imagem!
Talvez para não ser cobrado por sua incompetência e preguiça. Professor tem que ser tratado
como qualquer outro profissional, tem que ser capacitado adequadamente,
remunerado devidamente e cobrado por seu desempenho. Quem quer ser missionário
entre para uma igreja e vá fazer trabalho voluntário. À exceção daqueles que
conseguem ficar imunes a esse espírito pauperista, a consequência dessa
vitimização da categoria é uma horda de professores medíocres, preguiçosos e
incompetentes. Digamos que uma subcategoria, o “professor botox”, aquele que
parece resolver o problema, mas, percebe-se depois, só paralisa.
Outro aspecto é parar de tratar
nossos jovens como débeis mentais inimputáveis, desprovidos de bom senso,
valores e éticos e princípio de autoridade que tudo os “constrange”. Vou me
atrever a fazer uma analogia bélica: quando um exército está perdendo uma
batalha, seu comandante manda-o recuar para se reorganizar e partir de novo
para o ataque. Com relação aos nossos jovens a tática não deve ser diferente.
Estamos constatando in loco que as
masturbações pedagógicas e psicológicas no trato com os nossos jovens não estão
surtindo efeito. Esse “não me toque”, essa permissividade extrema está dando
origem a uma geração formada por sociopatas oligofrênicos, que acha que pode
tudo, menos cumprir com obrigações mínimas, como estudar e se preparar para o
futuro.
Portanto, ao invés de Lei da
Palmada, tira a lei, deixa a palmada. Quem na casa dos 30 ou 40 anos nunca
levou umas boa palmadas e está vivo até hoje? Quem nessa mesma faixa de idade
nunca trabalhou e estudou e continua vivo para contar sua história? Precisamos
parar de tratar nossos jovens como se fossem de cristais! Temos que parar com
essa história de que tudo representa “constrangimento” para esse exército de
futuros delinquentes. Constrangedor é quem é obrigado a trabalhar com esses
jovens e vê-los na sua arrogância juvenil fazendo o que bem entendem e
arrotando direitos.
Quero deixar claro que me oponho
à diminuição da menoridade penal, mas não concordo também com a forma
permissiva como eles estão sendo tratados. As leis tem que ser duras para
todos, inclusive para jovens. A continuarmos tratando nossos jovens dessa
forma, nosso futuro já nascerá morto.
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