Quando li O psicopata americano, do norte-americano Bret Easton Ellis, de
imediato fiz um paralelo com Diário do
farol, do brasileiro João Ubaldo Ribeiro. Os dois personagens se parecem na
crueldade com que tratam suas vítimas. A diferença é que Patrick Bateman,
personagem de Ellis, é um promissor executivo de Wall Street e tem uma vida
social agitada, flanando de festa em festa ao lado de bem-sucedidos yuppies
nova-iorquinos que faturam milhões de dólares durante o dia.
A verdadeira face de Bateman
aparece junto com o tédio. Para relaxar, sai à noite matando mendigos,
torturando prostitutas e todos aqueles por quem nutre algum desprezo (quase
todo mundo). Aos 26 anos, Bateman é um homem culto, bem sucedido, mas arrogante
na mesma proporção em que é cruel. Entre idas a locadora (o vídeo cassete ainda
é um invento recente), cuidados patológicos com a aparência e carreiras e mais
carreiras de cocaína, Bateman planeja como causar dores intensas nas suas
vítimas, que podem ser mendigos, homossexuais, prostitutas, animais ou qualquer
ser vivo que tenha sistema nervoso central para sentir dor.
Publicado em 1991, quando o autor
tinha mais ou menos a mesma idade que o seu protagonista, O psicopata americano causou furor em toda a década de 90. Associações
feministas e de direitos humanos condenaram o livro. A editora que inicialmente
iria editá-lo voltou atrás, cedendo às pressões. Enfim, um livro que mostra a
crueza da realidade normalmente choca. Esse foi o caso do livro de Ellis! Em
2000, foi adaptado para o cinema com Cristian Bale interpretando Bateman.
Merecidamente, um best-seller...
Nenhum comentário:
Postar um comentário