A produção de 2011, dirigida por Antônio Carlos da Fontoura e roteirizada por Marcos Bernstein, Somos tão jovem tanto poderia ser a
história da evolução musical de Renato Manfredini Jr., como de fato é, como
poderia ser a história do rock brasiliense dos anos 80. Lá estão ídolos de
várias gerações como o próprio Renato Russo, Herbert Viana, Dinho Ouro Preto e
Philippe Seabra.
Chama a atenção de quem assiste a
semelhança de alguns atores com o ídolo que interpreta, como é o caso dos atores
que interpretam Dinho e Philippe Seabra. Inclusive Thiago Mendonça, que além da
aparência física, conseguiu captar traços característicos de Renato, como os
gestos com as mãos, a mania de ficar ajeitando os óculos e o jeito romanceado
de falar.
O filme começa com Renato acamado
por causa de uma doença degenerativa. E é essa ociosidade que contribui para o
surgimento do poeta. Seguindo uma linearidade cronológica, o filme começa em
1976, um pouco antes da formação do Aborto
elétrico e mostra um Rento Russo punk, adolescente ainda, indignado com o “sistema”.
Depois de muita busca por um estilo próprio, inclusive como “trovador solitário”,
Renato acerta o passo ao criar com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá a Legião Urbana.
O filme é repleto de licenças
poéticas, o que não diminui em nada os seus méritos. Uma dessas licenças
poéticas é a personagem Aninha, grande amiga e confidente de Renato, que não
realidade nunca existiu. Na verdade, como admite o roteirista do filme, Aninha
é um amálgama de várias garotas que foram importantes na vida de Renato.
Outra licença poética está no
momento mais emocionante do filme, quando Renato interpreta pela primeira vez Ainda é cedo como um pedido de desculpas
a Aninha. Há controvérsias sobre o que inspirou Renato. A irmã de Renato,
Carmen Teresa, “ouviu dizer” que era a cocaína, e não alguma menina, a
inspiração para a música. Já Philippe Seabra, vocalista da Plebe Rude, afirma que a música foi feita para uma ex-namorada de
Ico Ouro Preto, ex-guitarrista da Legião.
Licenças poéticas a parte, Somos tão jovens é um filme que vale a
pena assistir, principalmente quem gosta de rock dos anos 80. E mesmo se não
gostar, vale a pena assistir para conhecer a vida daquele que é um dos maiores
ícones do rock nacional e ídolo de muitos que já estão na casa dos 40, como eu. E
de muitos que tem menos de 40, bem menos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário