Segundo pesquisa do IBGE, feita
em seis capitais (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de janeiro, São Paulo e
Porto Alegre), 19,4% dos jovens entre 16 e 24 anos não estuda e nem trabalha.
Ou seja, de cada cinco jovens nessa faixa etária, um não faz nada, vive às
custas dos pais ou da assistência social. É o que os especialistas chamam de
“geração nem-nem”, nem trabalham nem estudam. Se quiser, pode adicionar mais um
“nem” aí: nem procuram trabalho. Nesse caso, o percentual cai para 14,7%. Mas a
má notícia é que há dez anos o percentual dos três “nens” era de 14,5%. Houve
um discreto aumento, mas houve. São quase 6 milhões de pessoas em idade
economicamente ativa, mas que, por alguma razão, estão sem fazer nada.
Os números do IBGE divergem dos
apresentados pelo IPEA e pelo Instituto Pereira Passos, mesmo que por uma
pequena margem, mas isso não muda a realidade. Para um país que se pretende em
desenvolvimento e cujo empresariado “caça” mão-de-obra qualificada isso
representa um desastre não apenas para o presente do país, mas, principalmente,
para o futuro do país. Isso pode significar atraso e estagnação econômica num
futuro muito próximo. A situação se agrava um pouco mais quando esse jovem que
está fora da escola e do mercado de trabalho é do sexo feminino, pois um dos
principais fatores para o abandono da escola e por não estar trabalhando é a
gravidez. Ou seja, além de não contribuir economicamente, ainda traz mais uma
“boca” para alimentar.
Não sou especialista na área, mas
como trabalho com jovens vejo cotidianamente a sua apatia com relação à
educação e a qualificação para o mercado de trabalho. É como se isso não
fizesse parte do seu “mundo”. E esse desinteresse começa bem antes da faixa
etária analisada pela pesquisa. São adolescentes de 13, 14 anos que não tem interesse
por nada que signifique preparação para o futuro.
Para os especialistas, a educação
seria o caminho para resolver o problema de invalidez mental apresentado por
nossos jovens. Mas observa-se que a escola é o problema! Dotada de “mestres”
com uma inteligência anêmica, a escola transformou-se num meio onde predomina
uma indigência intelectual que preocupa. Infelizmente, a escola tem sido para
esses jovens apenas um local de interação social, não um ambiente de busca do
conhecimento, mesmo por que conhecimento é gênero em escassez nas escolas.
A depender do nível da educação
brasileira para resolver o problema do ócio juvenil, fatalmente teremos um
geração perdida, o que pode fazer do Brasil um país sem futuro...
Nenhum comentário:
Postar um comentário