quarta-feira, 1 de maio de 2013

O cemitério de Praga – Umberto Eco


O italiano Umberto Eco é daqueles escritores que externam sua genialidade em cada página com uma escrita peculiar, inconfundível. Não é diferente de O cemitério de Praga, lançado em 2010 (no Brasil em 2011), uma sucessão de conspirações vistas pelos olhos de um personagem delirante, o capitão Simone Simonini. A histórica é contada na forma de um diário onde o capitão conta suas aventuras. No entanto ele parece esquecer, ou querer esquecer, detalhes horripilantes do seu passado. No entanto, nesses momentos aparece um personagem curioso: um abade supostamente morto pelo próprio Simonini, que insiste e quer lembra-lo desses detalhes.
Simonini odeia mulheres e judeus e é apaixonado por culinária. Mestre na falsificação de documentos e na cópia da assinatura alheia, o capitão presta serviços para o serviço secreto francês. Ávido por informações, para vendê-las por bom preço, não hesita em inventá-las para satisfazer seus empregadores, ou quem pagar por elas.  Envolve-se em complôs contra judeus e maçons, em falcatruas religiosas, conspirações, assassinatos, explosões, traições e engana quem cruza seu caminho, desde que tire disso alguma vantagem.
No transcorrer da história, Eco mistura realidade e ficção. Simonini cruza, no decorrer da vida, com Garibaldi, o herói da unificação italiana; com os seguidores de Giuseppe Mazzini, filósofo e político italiano; envolve-se na falsificação do documento de Dreyfus, o francês acusado injustamente de espionar para o inimigo; e torna-se pivô dos massacres provocado pela Comuna de Paris. Como os demais livros de Umberto Eco, este tem tudo para se tornar um clássico.

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