O senso comum associa genialidade
com excentricidade. O documentário José e
Pilar, do diretor português Miguel Gonçalves Mendes mostra que o escritor
José Saramago, Nobel de Literatura e falecido em junho de 2010, era gênio, mas
não era excêntrico. Miguel Gonçalves fez 230 horas de gravação com o escritor e
sua mulher, a jornalista Pilar Del Rio, entre os anos de 2006 e 2009, período
de feitura de A viagem do elefante, seu
penúltimo livro.
Nas mais de duas horas de
documentário, vê-se um Saramago em várias situações, sempre ao lado de Pilar.
Os dois têm momentos tensos ao discutir política, com Pilar defendendo Hillary
Clinton e Saramago, Obama; os dois passam por momentos emocionantes, como a
cena em que o escritor chora ao assistir pela primeira vez a versão para o
cinema de Ensaio sobre a cegueira, dirigido
por Fernando Meirelles; mas também momentos românticos, quando ele lembra como
os dois se conheceram, ele um escritor famoso, ela uma jornalista 28 anos mais
nova.
O documentário mostra que a
genialidade de Saramago permitia-lhe ser simples sem ser simplório, ser
romântico sem ser piegas. Mas também mostra a mulher forte que existia por trás
do gênio: Pilar. Mulher de posições firmes, mesmo quando estas contrariavam as
ideias do marido, Pilar controlava os mínimos detalhes da carreira de Saramago.
Controlava a carreira e protegia-o! O documentário confirma aquele ditado que
afirma que por trás de um grande homem, sempre há uma grande mulher.
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