Em Bens confiscados (2005), do
diretor gaúcho Carlos Reichenbach, a corrupção em Brasília serve de pano de
fundo para o drama de Serena (Betty Faria), ex-amante do senador Américo
Baldini. Bombardeado por denúncias de corrupção e tráfico de influência pela
mulher, Valquíria (Nicete Bruno), que descobre seus inúmeros casos
extraconjugais; e depois do suicídio de uma de suas amantes, o senador pede
para que Serena esconda seu filho bastardo Luís Roberto (Renan Gioeli) da
imprensa numa praia deserta no sul do Brasil. Na realidade foi um sequestro, já
que o adolescente não tinha nenhuma simpatia pelo pai e nem queria se esconder.
O filme foi exibido pela primeira
vez no 15º Cine Ceará, no momento em que o país era chacoalhado por denúncias
de que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, teria pago mesadas aos parlamentares
que faziam parte da base de apoio ao Presidente Lula, episódio conhecido como
“Mensalão”. No entanto, o roteiro se parece mais com a troca de acusações feita
pelo ex-prefeito Celso Pitta e sua ex-mulher, Nicéa Camargo.
O ponto fraco do filme é a
atuação do jovem Renan Gioeli, na época com 17 anos, no papel do filho do
senador. Com uma atuação apagada, o jovem não corresponde ao fato de o filme
ter sido lançado num momento em que se falava muito em corrupção (até hoje!). "O menino
foi escolhido entre mais de 150 candidatos. Tinha 17 anos na época [da
filmagem] e foi assustador para ele contracenar com Betty Faria como seria para
qualquer outro”, saiu em defesa do ator o diretor do filme. Pode ser, mas é um
filme que é apenas um bom passatempo.
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