Segundo os resultados do inaf (Indicador
do Analfabetismo Funcional), pesquisa organizada pelo Instituto Paulo
Montenegro e pela organização não governamental Ação Educativa, apenas 35% das
pessoas que terminam o ensino médio podem ser consideradas plenamente
alfabetizadas. Em outras palavras: 65% das pessoas que concluem o ensino médio
não conseguem ler um texto longo, analisando as informações nele contidas e
relacionando as suas partes. Não conseguem distinguir fato de opinião nem
chegar a nenhuma conclusão.
E as más notícias continuam: 38%
das pessoas que terminam o ensino superior têm nível insuficiente de leitura e
escrita. Isso não é novidade. Conheço um sem número de “profissionais” que mal
sabem ler e escrever. Ainda de acordo com a pesquisa, somente 26% dos
brasileiros podem ser considerados plenamente alfabetizados. O estudo indica
que a massificação da educação no Brasil (segundo o IBGE, cerca de 30 milhões
de estudantes ingressaram nos ensinos médio e superior entre os anos de 2000 e
2009) não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir a sua
qualidade. Houve aumento na quantidade, mas não na qualidade.
Enquanto não forem tomadas
medidas que melhorem a qualidade (não apenas a quantidade) da educação
brasileira, esse círculo vicioso (e pernicioso) vai perdurar: esses analfabetos
letrados sairão das universidades e se espalharão pelos vários níveis de
ensino, seja regular ou técnico, e “formarão” os nossos estudantes que irão
ingressar nas universidades, que se tornarão novos analfabetos letrados. Essa é
a nossa elite pensante! É necessário repensar o nível de exigência na hora de
formar esses profissionais. É necessário repensar a estabilidade e a isonomia
no serviço público. É necessário repensar a valorização dos profissionais. O
Brasil não pode continuar a ser um país de analfabetos... com diploma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário