O personagem principal de Um beiral para os bentevis, de Josué
Montello, lançado em 1989, é Venâncio, o irascível e temperamental patriarca da
família Sezefredo. Seu temperamento indomável faz com que a família se
disperse. Mas Venâncio tem seus pontos fracos: a Igreja (é incapaz de
contrariar o arcebispo D. Mota) e sua neta Magda, criada como se fosse filha
(pode até ficar sem falar com ela diante de suas peraltices, mas o amor
continua o mesmo).
O ponto de partida do romance é
exatamente uma das peraltices de Magda: ela atravessa a ponte para o bairro São
Francisco, nua na garupa da moto do namorado, o músico Jerônimo, para cumprir
uma aposta cujo dinheiro seria revertido para ele gravar seu disco. Isso faz
Venâncio ficar apoplético e não falar com a neta durante todo o romance. No
decorrer do romance, os parentes (ou os descendentes daqueles que já morreram)
vão retornando para o sobrado. são os bentevis voltando para o beiral para
escapar do mau tempo.
Um beiral para os bentevis, pode não ser o melhor dos romances de
Montello, não se equiparando a Os
tambores de São Luis, lançado em 1975, mas é uma obra que mostra a
capacidade do autor em construir um romance. Vale a pena ler como passa tempo.
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