Recentemente, ouvi o seguinte
diálogo:
- Você viu? Tão querendo
regulamentar a prostituição.
- Era só o que faltava. Tanta
coisa mais importante...
As pessoas do diálogo referiam-se
ao Projeto de Lei do deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ), que regulamenta a
profissão e baseia-se na legislação alemã. Regulamentar a profissão de
prostituta não é mais importante nem menos importante. É simplesmente
importante!
É espantoso como as pessoas
balizam seus conceitos apenas em valores religiosos sem se preocupar com o bem
estar do seu semelhante (o que não deixa de ser um paradoxo). A prostituição é
uma realidade em todo o mundo e regulamentá-la significa dar dignidade e
proteger não apenas a prostituta, mas também o cliente que contrata seus
serviços. Não é possível tapar o sol com hipocrisia. Amar o pecador, mas
condenar o pecado é a maior delas. Pecado é tudo aquilo que temos medo. O amor
é incondicional e quem ama quer o bem.
Com um pouco de boa vontade (e
desprovido de preconceitos) é possível fazer um paralelo entre a “profissional
do sexo” e qualquer outro profissional. Quando trabalhamos “vendemos” nosso
corpo ao nosso empregador. A diferença é que a prostituta “vende” uma
determinada parte do corpo que as religiões cristãs insistem que deve ser usada
apenas para procriar. Acreditar que devemos fazer sexo apenas para procriar é o
mesmo que acreditar em Papai Noel. As pessoas trepam por prazer! A gravidez é
apenas uma consequência. Às vezes, uma inconsequência. Puta que o pariu!!! (perdão pelo trocadilho).
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