O universo paralelo é você. Você sou o EU que eu quero ser. O EU mesmo.
Sem limites, sem travas, sem nada. Marcado pela sinuosidade feminina e pela
objetividade masculina. Sem perdão por que não há culpa. Não há culpa por que
não há pecado. Não há claridade por que não há sombras. Somente o EU e a epopeia
dionisíaca na companhia do diabólico deus Baco. Falo duro para manifestar todos
os prazeres. Micro partículas de matéria se convertendo em todos os estados
físicos conhecidos. Viva o físico! Viva o prazer!
O universo paralelo tem o formato
de corredores solitários. Sucessão de letras que formam palavras que, por sua
vez, formam o universo paralelo. Livros abertos com ideias claras. Ideias
impressas que atribuem Imagens à tela muda dos espíritos insípidos. Antes
somente o verbo, agora também o verbo. O ócio prazeroso de todos os verbos. O
cheiro de celulose invade cada célula e se sobrepõe aos megabytes e terabytes
da máquina.
O universo paralelo não tem
abstração temporal, apenas o tempo. A centena espreita a todos do amanhecer ao
entardecer e essa atmosfera vai nutrir todas as almas inodoras. A noite é lacônica, distraindo os notívagos até
o sol surgir novamente. Que não nasça! Um dia perfeito: frio, cinzento e
chuvoso. O frio aquece o sangue dos viventes. Cada unidade mínima de tempo cria
milhões de bolhas de realidades alternativas. E eu estou em todas elas. Eu sou
onipresente!
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