Todos sabem que Oswaldo
Montenegro é um músico extraordinário. Mas em Solidões (2013), ele se superou e mostrou que é um artista
completo. Em seu segundo longa metragem, o músico não apenas fez a trilha
sonora, mas dirigiu, escreveu o roteiro e atuou em uma das histórias que
compõem o filme. E Oswaldo Montenegro conhece bem a linguagem cinematográfica a
ponto de, através dela, despertar emoções e sentimentos muitas vezes
esquecidos.
Outro destaque é Vanessa Giácomo,
que além de narrar o filme, interpreta uma mulher que perdeu a memória e
rejeita sua vida anterior. Seu personagem atua como um fio condutor entre as
seis histórias independentes que compõem o filme, o que pode valer-lhe o status
de protagonista. Se é que há algum no filme, já que a proposta é trazer uma
estática experimental, fora rótulos da indústria. E funciona no caso de Solidões. É impossível defini-lo como
drama, comédia ou tragédia, pois há nele de tudo um pouco. Sem contar o flerte
com o documentário.
O filme passeia pela poesia e pela
reflexão acerca da solidão em todos os episódios. E entre um e outro, um teste de elenco para o
filme aparece como subterfúgio. Um filme sem rótulos com estética experimental
teria tudo para fracassar, mas não é o caso de Solidões, pois há uma lógica de raciocínio. Um filme que deixa
cicatrizes...
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