As primeiras cenas de Dessenrola (2011), de Rosane Svartman,
tinha tudo para transformar o filme numa Malhação
da telona, com jovens se beijando, ouvindo rock a todo volume e andando de
skate. Por sorte de quem assiste, esse ar de novela jovem global vai se
diluindo no transcorrer da história, fruto do seu roteiro consistente, baseado
em pesquisas colaborativas feitas em escolas e na internet. O que evitou que os
roteiristas caíssem nas armadilhas do estereótipo e do lugar comum.
A trama gira em torno de Priscila
(Olívia Torres), uma adolescente de 16 anos que ainda é virgem, o que no seu
meio é qualquer coisa parecida com uma doença contagiosa. Apaixonada por Rafa
(Kayky Brito), ela vai tentar perder a virgindade com o surfista bonitão e
cobiçado. Esse processo de “amadurecimento” até a primeira relação sexual começa
quando a adolescente acha um Walk-man (uma relíquia) da mãe. No aparelhinho
jurássico, ela vai encontrar as músicas que sua mãe ouvia e as declarações
feitas por seu pai, já separado da mãe e casado novamente.
Prejudica um pouco o filme a linguagem
mais televisiva do que cinematográfica e a participação especial de Pedro Bial,
como professor Mauro, que não consegue de desvencilhar do papel de apresentado
do BBB. Ele consegue ser o pior entre os atores adultos que fazem participação
especial no filme. É um filme que consegue atingir, com qualidade, a faixa
etária adolescente.
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