Se eu tivesse que definir Elizabeth I (O anoitecer de um reinado), da
norte-americana Margareth George, diria que é um livro que tinha tudo para ser
bom, mas não é. O leitor atravessa quase 800 páginas esperando o romance
“deslanchar”, mas isso não acontece. É um calhamaço de descrições monótonas dos
passeios da rainha pelo interior da Inglaterra, de procissões e de festas da
corte com seus salamaleques. Em alguns momentos o leitor chega a acreditar que
a “coisa” vai, mas aí voltam as monótonas descrições dos rituais da nobreza.
O romance cobre os últimos quinze
anos do reinado de Elizabeth I, a rainha virgem, como era conhecida, filha de
Ana Bolena e Henrique VII, o rei que deu início à Reforma Anglicana, que rompeu
os laços da Inglaterra com a Igreja Católica. A narrativa vai de 1588, quando a
Inglaterra vivia a ameaça da invasão espanhola, que contava com o apoio da
Igreja católica, até 1603, com a morte da monarca. Uma fase essencial para os
ingleses, pois a postura da rainha foi de fundamental importância para a
formação do país enquanto nação.
A edição brasileira adicionou um
aspecto negativo à obra: os erros de revisão. São frases faltando palavras ou
com palavras duplicadas. Erros grosseiros! Em alguns casos, acredito que houve
erros de tradução, como nessa frase: “Prendi a respiração, permaneci imóvel,
para que não me movesse e mandasse uma mensagem por engano”. A frase não ficou
sem sentido, mas ficou estranha, poderia ser melhor. Mas nem tudo é ruim no livro. As descrições
dos “salamaleques” da corte permite ao leitor reconstituir a vida dos nobres na
Inglaterra do século XVI. Mesmo assim, não recomendaria a leitura...
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