No século V. a.C., o poderoso
império persa pretende destruir a Grécia e cabe à incipiente democracia
ateniense enfrentar o desafio de derrotar o até então indestrutível exército de
Xerxes. Esse é o ponto de partida de Salamina,
do escritor espanhol Javier Negrete. A Pérsia, governada pelo temido
Xerxes, era a maior força bélica da época, já tendo ganho batalhas épicas como
Maratona e Termópilas, enquanto Atenas passava por uma incipiente experiência
no campo político, instaurando uma democracia, algo estranho em um mundo onde a
origem do nascimento era fundamental para a posição do indivíduo na
sociedade.
É nesse contexto que surge
Temístocles, um aristocrata e estrategista que toma para si a árdua tarefa de
vencer o poderoso Xerxes. Temístocles, que é um personagem histórico, é o herói
e a coluna de sustentação da trama, para quem toda a trama converge. Diante da
invasão persa, ele opta por enfrentar o inimigo na Baía de Salamina,
contrariando todos os outros estrategistas gregos. Para ele, a desvantagem
ateniense só poderia ser compensada pelo fator geográfico que a Baía de
Salamina oferecia, o que de fato aconteceu.
A reconstituição histórica feita
por Javier é perfeita. Através da sua narrativa é possível ao leitor percorrer ambientes
como as cidades de Atenas e Babilônia, observar as estratégias dos exércitos
persa e ateniense para derrotar o inimigo, como também compreender como funcionavam
as sociedades antigas, com sua estrutura social rígida. Um livro não apenas
para quem trabalha com a história, mas todos aqueles que gostam de estudar e
entender as civilizações da Antiguidade.
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