segunda-feira, 21 de abril de 2014

Cinema nacional: Paixão e acaso

O mundo é comandado pelo acaso? Será que é para se defender do “acaso” que procuramos razões para tudo que acontece nas nossas vidas? Em paixão e acaso (2012), o diretor e roteirista Domingos Oliveira brinca com o tema através da personagem Inês (Vanessa Gerbelli), uma psicanalista que se apaixona por dois homens ao mesmo tempo sem saber que seus amores são pai e filho.
Há muito tempo sem emplacar um relacionamento, rápido ou duradouro, Inês conhece Fábio (Pedro Furtado) por acaso numa livraria, que se diz vítima duma paixão a primeira vista. É lá que se dá um diálogo “charmoso” entre os personagens, quando os dois vão procurar livros que tenham a palavra “amor” no título. Um diálogo de olhares, sem palavras. Uma cena que vale o ingresso!
Também por acaso, Inês conhece Bento (Aderbal Freire Filho) num bar onde a psicanalista foi conversar com uma amiga. Bem mais velho, Bento também conquista o coração de Inês. Para quem não tinha um relacionamento há três anos, agora Inês tem dois namorados. Começa aí as confusões, pois ela terá que emendar uma mentira na outra para evitar que os dois se encontrem.
Paixão e acaso tem cenas divertidas, mas personagens que não disseram a que vieram. É o caso dos dois pacientes de Inês, Tavares, um endividado marido que não sabe como agradar a esposa; e Otávio, um sujeito sistemático cuja filha tem um acaso com um vizinho casado. Era para ambos fazerem um contraponto às conturbadas relações de Inês, mas não funcionou.
Apesar das falhas do roteiro, os diálogos conseguem ser ora provocantes, ora engraçados. Um filme que vale a pena assistir...


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