O mundo é comandado pelo acaso? Será
que é para se defender do “acaso” que procuramos razões para tudo que acontece
nas nossas vidas? Em paixão e acaso (2012),
o diretor e roteirista Domingos Oliveira brinca com o tema através da personagem
Inês (Vanessa Gerbelli), uma psicanalista que se apaixona por dois homens ao
mesmo tempo sem saber que seus amores são pai e filho.
Há muito tempo sem emplacar um
relacionamento, rápido ou duradouro, Inês conhece Fábio (Pedro Furtado) por
acaso numa livraria, que se diz vítima duma paixão a primeira vista. É lá que
se dá um diálogo “charmoso” entre os personagens, quando os dois vão procurar
livros que tenham a palavra “amor” no título. Um diálogo de olhares, sem
palavras. Uma cena que vale o ingresso!
Também por acaso, Inês conhece
Bento (Aderbal Freire Filho) num bar onde a psicanalista foi conversar com uma
amiga. Bem mais velho, Bento também conquista o coração de Inês. Para quem não
tinha um relacionamento há três anos, agora Inês tem dois namorados. Começa aí
as confusões, pois ela terá que emendar uma mentira na outra para evitar que os
dois se encontrem.
Paixão e acaso tem cenas divertidas, mas personagens que não
disseram a que vieram. É o caso dos dois pacientes de Inês, Tavares, um
endividado marido que não sabe como agradar a esposa; e Otávio, um sujeito sistemático
cuja filha tem um acaso com um vizinho casado. Era para ambos fazerem um
contraponto às conturbadas relações de Inês, mas não funcionou.
Apesar das falhas do roteiro, os
diálogos conseguem ser ora provocantes, ora engraçados. Um filme que vale a
pena assistir...
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