O poeta baiano Waly Salomão
(1943-2003) era um personagem em tempo integral. Com sua performance incessante e sua estridência verbal, era impossível não
chamar a atenção de todos que estivessem num raio de cem metros. Como dizia Caetano
Veloso, era um sujeito “excessivo”. E olha que o cantor baiano era seu
amicíssimo! O documentário Pan-Cinema
permanente (2008), dirigido por Carlos Nader, trata desse “personagem”
singular e inquieto.
O filme traz extenso material
sobre Waly, grande parte deles inédito, cuja arte se manifestava em diversas
direções. Além da poesia, Waly compôs diversas canções para grandes nomes da
música, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia. Uma curiosidade
que o documentário nos traz é o fato de Waly ter começado a escrever seus
poemas numa cela do Carandiru, depois de ter sido preso por porte de drogas.
Carlos Nader foi amigo de Waly
por treze anos e, durante esse tempo apontou-lhe a câmera em diversas
situações, tanto no Brasil como na Síria, país dos seus antepassados. Mas, como
confessa o próprio Nader, nunca conseguiu filmá-lo fora de seu incansável e
estridente personagem. O filme conta com depoimentos de amigos, como Caetano
Veloso e Antônio Cícero, de artistas, como Adriana Calcanhoto, e dos dois
filhos de Waly. Uma oportunidade de conhecer um poeta importante, mas pouco conhecido...
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