Os Estados Unidos, em 1947, ainda
viviam os fantasmas da Segunda Guerra Mundial, recém- acabada, e submetidos a
uma mentalidade racista que separava o norte do sul, resquícios da Guerra de
secessão, no século anterior. É nesse ambiente que vivem no Brooklin, em Nova
York, o aspirante a escritor Stingo, sulista, Nathan Landau, nortista e
esquizofrênico, e sua bela companheira Sofia, católica e polonesa refugiada de
guerra, sobrevivente do campo de Auschwitz.
O sulista Stingo aspira a ser
escritor e para realizar seu sonho vai para Nova York, onde conhece o casal
Nathan e Sofia na pensão onde se hospeda. Nathan é judeu e de temperamento
instável, Sofia esconde mistérios do seu passado como prisioneira de Auschwitz.
O relacionamento do casal alterna momentos de idílio e de brigas violentas, em
parte por causa da esquizofrenia de Nathan, em parte por causa dos conflitos de
Sofia, relacionados ao seu passado.
Apesar do ambiente de conflito, Stingo
se vê atraído pelo casal. Mais ainda pela beleza de Sofia, que nutre pelo jovem
sulista um misto de sentimento materno e gratidão por ser seu confessor. Alternando
entre escrever seu livro e ouvir as confidências de Sofia, Nathan vai, aos
poucos, descobrindo as raízes da instabilidade do casal, o que não diminui a
sua paixão por Sofia nem seu sentimento de amizade por Nathan. Publicado em 1979 e vencedor do National
Book Award de 1980, O escolha de Sofia, do
norte-americano Willian Styron, tornou-se
um clássico. Com perfeito domínio do tempo da narrativa e um texto denso,
envolvente e cheio de suspense, Styron transforma o conflito das vidas dos três
protagonistas numa obra-prima da literatura contemporânea. Com fantasmas
assombrando a todo instante os personagens, o livro é uma incursão aos meandros
psicológicos daqueles que sobreviveram aos horrores da Segunda Guerra Mundial.
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