Sou assumidamente fã da escritora
chilena Isabel Allende. Li quase todos os seus livros, exceção feita aos
infantis, gênero que não me trai. E tanto nos romances, como nos contos e nas
memórias, Isabel Allende se caracteriza pela escrita fácil que prende o leitor.
Não é diferente de O Plano Infinito, sexto livro da escritora, lançado em 1993, e
o primeiro a ter como cenário os Estados Unidos e seus personagens tipicamente
americanos. Está longe do primor de A casa dos espíritos, de 1982, ou da
sensibilidade de Os cadernos de Maya, de
2011, mas é uma obra que merece a atenção do leitor.
Gregory Reeves é filho de um
pregador lunático e errante do Plano
Infinito (religião? Filosofia? Os dois? Ou nenhuma dos dois?) e de uma mãe
fria e distante. Depois da morte do pai, a família, a mãe e a irmã de Reeves e
Olga, uma amiga da família, se estabelecem numa comunidade hispânica na
Califórnia. Lá encontrará aqueles que lhe servirão de exemplos: Pedro e
Imaculada Morales; Carmen Morales, que será sua amiga por toda a vida; e Juan
José, que compartilhará com ele as experiências de morte no Vietnã.
Ao longo da vida, Reeves irá se
relacionar com os mais variados tipos de pessoas, que de alguma forma irão
influenciá-lo na formação do seu próprio Plano Infinito: Martínez, líder da
gangue da escola, que o introduz de forma traumática no pesadelo do sexo; Olga,
que lhe mostrará o lado bom do sexo; o negro King Benedict, que sofre de
amnésia e será cliente de Reeves; Cyrus, um velho intelectual comunista que lhe
inspira o senso de justiça social; Joan e Susan, feministas e vegetarianas, que
mostrou a Reeves um novo conceito de família; Margaret, a filha drogada e
rebelde; entre outros.
Plano Infinito mostra Isabel Allende com a mesma sensibilidade
vista nas suas obras de memórias, como Paula
e A soma dos dias, só que numa
obra de ficção. Uma obra que mostra um homem na busca do amor, da amizade e de
si mesmo. Apesar de denso, é um livro fácil de ler...
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