O escritor norte americano
Tennessee Williams (1911-1983) é mais conhecido pelas peças de teatro,
principalmente Um bonde chamado desejo, de
1947, adaptada ao cinema, em 1951, pelo diretor Elia Kazan, estrelada por
Marlon Brando e Vivien Leigh, que fez dele um dos mais brilhantes dramaturgos
dos Estados Unidos. Mas Williams não nos
deixou apenas peças de teatro, nos deixou também uma vasta obra de ficção
curta, publicada pela Companhia das Letras em 49 contos de Tennessee Williams.
O prefácio, O homem da poltrona estofada, é uma nota autobiográfica de
Tennessee em que ele esclarece muitas das suas obsessões temáticas. Na
introdução, o escritor Gore Vidal divide os contos de Tennessee em quatro
grupos: o primeiro deles inclui as narrativas escritas antes de 1941, destaque
para A vingança de Nitócris, escrito
quando o autor tinha apenas dezessete anos; e Alguma coisa de Tolstói, a história de um livreiro abandonado pela mulher. O segundo grupo inclui os contos
escritos entre 1941 e 1945, período em que Tennessee se transforma num
dramaturgo bem sucedido e foi viver em Hollywood. Destaque para Uma moça em vidro, que serviu de esboço
para a sua primeira peça, À margem da vida.
O terceiro grupo são contos
escritos entre 1945 e 1952, considerada a sua melhor fase, quando todas as suas
ideias estavam em forma de contos ou nos palcos. Destaque para Dois na gandaia, onde os personagens,
Dora e Billy, vivem uma vida desregrada regada a álcool e aventuras amorosas. O
último grupo reúne os contos que Tennessee escreveu a partir de 1953, período
em que teve dificuldades de encenar seus textos. Destaque para Andanças de um cavaleiro, em que um
jovem, ao retornar para sua cidade natal, encontra dificuldades de
relacionamentos com a sua família e com a sociedade.
Embora se diga que os contos de
Tennessee nada mais eram do que esboços para sua composição dramatúrgica (nove
dos 49 contos do livro deram origem a peças de teatro), isso em nada diminui a
importância dessa parte de sua obra. É um livro fantástico, em que o autor tem
como matéria-prima a alma humana e como objetivo compreender o mundo em que
vivia.
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