Nascida José Nogueira Tapety
Sobrinho, em Colônia do Piauí (PI), Kátia tornou-se a primeira travesti eleita
para um cargo público no Brasil. Kátia ingressou na carreira política em 1992,
quando foi eleita vereadora na sua cidade natal e reeleita outra duas vezes.
Tornou-se vice-prefeita da cidade em 2004, cumprindo mandato até 2008. Nesse
ano, tentou voltar para a Câmara de Vereadores, sem sucesso. Filha de uma
família de políticos, Kátia viveu enclausurada em casa até os 16 anos, sem nem
mesmo ir à escola, pois sua orientação sexual representava uma vergonha para a
família.
Para fazer o documentário Kátia (2012), a cineasta piauiense Karla
Holanda fez o primeiro contato com a personagem em 2007, por telefone. Em 2008,
seguiu para Oeiras, onde vive Kátia e, com uma pequena Câmera, gravou algumas
conversas, paisagens da região e ambientes familiares. Somente em 2010 voltou
com uma equipe maior de filmagens para três encontros com sua personagem. O
filme só foi concluído em março de 2012.
Dirigido por uma piauiense,
filmado no Piauí e com uma personagem piauiense, o documentário mostra a força
e a audácia de um travesti. Se nos grandes centros urbanos do país a vida de um
travesti não é fácil, imagine no longínquo interior do Piauí. Para Kátia não
foi fácil, mas as dificuldades do dia-a-dia não foram suficientes para
impedi-la de representar aqueles que, como ela, briga contra o preconceito. Um
filme (e uma lição) e tanto...
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