A pesquisa retratos da Leitura no Brasil, encomendada pela Fundação Pró-Livro, constatou que o brasileiro ler, em média, quatro livros por ano, dos quais dois não são lidos até o final. É muito pouco! A pesquisa apurou que o número de leitores, que eram 95,6 milhões de pessoas, caiu para 88,2 milhões. Uma queda de 9,1% em relação à última pesquisa, em 2007. Ou seja, pelo levantamento, metade da população é formada por leitores. Isso seria uma boa notícia se os pesquisadores não considerassem como leitor o indivíduo que leu pelo menos um livro nos últimos três meses. Um livro a cada três meses! É muito pouco.
Na mesma pesquisa ficou constatado que 75% da população brasileira jamais pisou numa biblioteca. É muita gente! O mais grave é que 71% dos entrevistados afirmam saber que há uma biblioteca pública na sua cidade e que o acesso a ela é fácil. Mas não vai lá. Apenas 8% dos brasileiros vão a uma biblioteca com frequência. É muito pouco. Apenas 12% dos entrevistados consideraram a biblioteca um local de lazer. Ao mesmo tempo em que diminui o número de leitores e frequentadores de bibliotecas, aumenta o número de pessoas que costumam ver TV nas horas vagas: foi de 77% em 2007 para 85% em 2011.
Não podemos dizer que a culpa da pouca leitura é o preço dos livros. As editoras lançam edições de bolso que custam de R$ 10 a R$ 20. Sem contar os sebos que vendem livros para todos os gostos e poder aquisitivo. Não podemos culpar a escassez de bibliotecas pela pífia assiduidade de leitores nas mesmas. Os próprios entrevistados (75%) dizem saber da existência de uma nas suas cidades. É uma questão de formação. O brasileiro não é formado para ser leitor. Em casa a criança não tem exemplos. Leitores também se formam a partir do exemplo, vendo outros ler. A escola também não tem sido uma boa formadora de leitores. Aquela tática de obrigar o aluno a ler clássicos é o anticlímax da leitura. Quase odiei Machado de Assis!
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