Ainda tratando do fim do 14º e 15º salários dos senadores, decidido pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE). Uma frase dita em tom de ironia pelo senador Benedito de Lira (PP-AL) me fez pensar no papel que o parlamentar deveria ter na política brasileira. Vamos a ela: “O senador Lindbergh (relator do projeto) poderia até talvez instituir a honorabilidade para o cargo de senador, já que seria uma grande honra ser senador e servir ao país”. Não sou partidário que se chegue a tanto. Mas não pode o país servir aos senhores senadores, como hoje tem acontecido.
O que leva um político gastar rios de dinheiro para se eleger para o cargo onde ele vai ganhar a “miséria” de R$ 19 mil mensais? Há perguntas que não tem respostas. O que se sabe é que os salários dos parlamentares de todas as esferas destoam, e muito, do salário do brasileiro “normal”. E não apenas os salários. Mas as regalias também. No Congresso se trabalha de terça a sexta e goza-se três meses de férias. Os congressistas têm carro com motorista, plano de saúde integral, apartamento funcional (que ninguém quer) ou auxílio moradia (que todo mundo quer), cotas para pagar telefone, internet e correios. E ainda passagens aéreas para “visitar as bases” (em outras palavras: fazer campanha com dinheiro público). Entre outras regalias.
Tudo bem que o parlamentar não precisa ser missionário e trabalhar de graça. Porém, o cargo eletivo não pode virar profissão. Mas com R$ 19 mil mensais é possível pagar um plano de saúde para si. É possível também pagar o aluguel de um apartamento de bom nível. Com esse dinheiro, como qualquer “mortal”, o caro parlamentar pode comprar um carro financiado e circular pela capital federal. Telefone e internet? As operadoras possuem bons planos que até os “miseráveis” podem pagar. Por que não um parlamentar que ganha R$ 19 mil? E as passagens aéreas? Uma por mês para matar a saudade da “base” estava de bom tamanho. O dinheiro que sobrar, o senador pode comprar de Cibalena e distribuir com o populacho, como sugeriu o senador Ivo Cassol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário