O Brasil definitivamente não é um país sério. Ou pelo menos não se lava a sério. Se fosse sério púlpito não seria palanque, Deus não seria cabo eleitoral, nem torcida organizada transformaria estádio de futebol em inferno impunemente. No Brasil se fala e se faz sem pensar nas consequências por que consequências não há. No Brasil se fala disparates como se o ouvinte fosse palhaço (no mau uso da palavra, claro). Nesse sentido, os nossos “representantes” no Congresso resolveram dá a sua contribuição (mais uma vez!), quando da votação, na Comissão de assuntos Econômicos do Senado, do fim do 14º e 15º salários para parlamentares.
Se já não fosse suficientemente absurdo esses senhores, que trabalham de terça a quinta e tem três meses de férias por ano, terem 14º e 15º salários, alguns deles resolveram dá uma colaboração a mais nesse nonsense. Na semana passada, o senador Ivo Cassol (PP-RO) disse que politico, no Brasil, “era muito mal remunerado”. Então o que ele faz lá, já que gastou do próprio bolso, segundo sua declaração à Justiça eleitoral, R$ 500 mil para se eleger? Economize seu dinheiro, senador. E economize nossos ouvidos de suas asneiras.
O senador Ciro Miranda (PMDB-GO) disse que “não vive de salário de senador, tenho outras atividades, mas tenho pena daqueles que são obrigados a viver com R$ 19 mil líquidos”. Bem que eu queria ser “obrigado” a viver com esse salário! Ou esse senador é ingênuo ou vive em outro planeta. Eu fico com uma terceira opção: ele é cara de pau! Ele esquece que somando salário, verba indenizatória e recursos de suporte ao senador, esse valor chega a R$ 170 mil por mês. Senador, volte para suas “outras atividades” e nos poupe do seu cinismo.
Para concluir, quero pedir desculpas públicas aos palhaços, os profissionais do humor, por associar a sua imagem a ações desses rebotalhos que emporcalham a politica brasileira.
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