O conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), acatando pedido da Liga Brasileira de Lésbicas e outras entidades, decidiu retirar todos os crucifixos e outros símbolos religiosos das repartições da justiça do estado. Duas coisas desnecessárias: o pedido e o crucifixo. Mas está armada a confusão. Reinaldo Azevedo, em seu blog, já fala até em “perseguição aos cristãos”, que “o cristianismo é a religião mais perseguida do mundo” e que “assim se fizeram as tiranias”. Exagero, camarada.
Imagino o nobre blogueiro digitando alucinadamente seus textos contra a “perseguição”, a beira de uma síncope, vermelho e de olhos esbugalhados. Tudo desnecessário. Tudo mesmo! O crucifixo não deveria está lá. Fato. Por mais que os cristãos discordem e digam que o cristianismo está enraizado na história e na cultura do país, o estado é laico. Portanto, repartições públicas não deveriam ostentar símbolos religiosos, com também partidários. Quer um crucifixo pairando acima da sua cabeça? Ponha-o em casa. No quarto ou na sala, como bem entender. A casa é sua. Se o crucifixo não estivesse lá, não haveria o desejo de determinadas entidades de desalojá-lo da parede.
Mas o crucifixo está lá. Que diferença isso fará na vida de quem entra e de quem sai das repartições? Nenhuma. Absolutamente nenhuma. Afinal, ele é apenas um símbolo, nada mais do que isso. Poderíamos colocar qualquer outra coisa lá. Com uma diferença: essa outra coisa poderia ser útil. O crucifixo fará a justiça mais célere ou mais lenta do que já é? Não. O crucifixo trará mais serenidade ou obscurecerá o juízo de valor do magistrado na hora de tomar decisões? Não. Então poderíamos nos preocupar com questões mais relevantes do que a imagem de um agonizante. Estão fazendo uma tempestade em copo d’água.
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