Um sujeito entra numa casa de espetáculos para assistir um stand-up chamado de “Proibidão”, que tem como temas centrais os gays, os negros, as mulheres e os deficientes, e se ofende com as piadas ali contadas. O que ele queria? Piadas politicamente corretas? Ali não é o lugar mais adequado para isso. Ali as piadas são de “mau gosto” mesmo. Vai assistir quem quer. Isso aconteceu com o músico Raphael Lopes na casa noturna Kitsch Club, que foi a uma delegacia mais próxima reclamar de uma piada feita pelo humorista Felipe Hamashi.
O humor é uma brincadeira, portanto não deve ser levado a sério. Se for levado a sério deixa de ser humor. Enquadrar o humor no politicamente correto é assinar o seu atestado de óbito. O politicamente correto é monótono. Nada mais sem graça do que o humor politicamente correto. Deve ser tão divertido quanto a Missa do Galo celebrada pelo papa Bento XVI. Uma piada é só uma piada, não é um manifesto de intenções. Uma piada é para rir, não é para ficar sério. Se você é incapaz de rir de uma piada por acha-la de mau gosto ou politicamente incorreta, não vá assistir ao espetáculo.
Estou lembrando a piada de Rafinha Bastos com a cantora Wanessa Camargo. Foi de mau gosto? Foi. Mas foi uma piada. Ou alguém achou que ele realmente queria comer (em todos os sentidos) uma criança que estava no útero materno? Essa mesmas pessoas que se ofendem com piadas nem um pouco politicamente corretas, são as mesmas que fazem piada sobre a masculinidade do gaúcho ou sobre a disposição do baiano para o trabalho. Em outras palavras: que gaúcho é viado e baiano é preguiçoso. Falta bom humor a essa gente. Sorria meu bem.
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