“Por que um sentimento tão verdadeiro podia incomodar tanto os outros?”
Livro de estreia do escritor
Nelson Luís de Carvalho, empresário nascido e criado em São Paulo, publicado
pela primeira vez em 2000, O terceiro
travesseiro é uma obra cultuada principalmente no universo homossexual.
Sinceramente não vejo motivos para tanto. É um livro, no máximo, “bonzinho”. Nelson
é ainda o autor de Apartamento 41, publicado
em 2007, livro com a mesma temática, sobre o qual falarei no próximo post.
“Deus teria que ser insensível para me condenar ao inferno”.
Marcus e Renato são dois jovens
que estudam na mesma escola e se apaixonam um pelo outro. Era de se esperar que
os dois enfrentassem aquela reação negativa típica da classe média quando
descobrem que seus filhos “bem criados” não saíram ao que os seus zelosos pais
esperavam. Não é o que acontece. Fora uns “chiliques” aqui ou acolá, até que as
famílias assimilaram bem a notícia. O ponto central da trama, na verdade, é a
chegada de Beatriz, ex-namorada de Renato, no romance dos dois jovens,
provocando ciúmes a princípio, mas depois fazendo o “terceiro travesseiro” do
título.
“O próprio ser humano constrói o seu inferno”.
Mas por que acho que O terceiro travesseiro é apenas um livro
“bonzinho”? O autor, que tinha um tema bem interessante nas mãos, podendo focar
na construção dos personagens e no relacionamento dos namorados, se atém a
descrever as cenas de sexo entre os dois (algumas bem interessantes, vá lá!). O
problema é que a proposta do autor não era escrever um livro erótico, mas uma
história de amor entre duas pessoas que estão dispostas a enfrentar todas as
barreiras em nome dessa relação. O resultado é uma narrativa imatura e pueril,
com aquele ritmo de novela em que tudo acontece no último capítulo.
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