“Eu aprendi: o amor exige
expressão. Ele não pode permanecer quieto, não pode permanecer calado...”
Já tinha dito aqui que o Rio
Grande do Sul é um celeiro de grandes escritores do passado, como Érico e Luís
Fernando Veríssimo, Moacyr Scliar e Josué Guimarães. Mas também é um berço de
bons escritores contemporâneos como David Coimbra, Letícia Wierzchowski e Tabajara Ruas, sobre
os quais já falei aqui no blog. Hoje eu vou falar de Duas iguais, segundo livro da gaúcha Cíntia Moscovich,
publicado em 2006.
“Você vai fazer que nem o cachorro que late até a morte e que quando o
carro para não sabe o que fazer”.
A
temática judaica é recorrente na literatura de Cíntia que tem como inspiração o
escritor judeu Isaac Singer. Nesse romance, a temática é o amor homossexual
entre duas mulheres, mas a influência judaica no local onde a trama se
desenvolve, o Bom Fim, tradicional bairro judaico de Porto Alegre, onde vivem
Ana e Clara, duas adolescentes que se apaixonam quando estudavam numa escola
judaica e têm que encarar uma comunidade conservadora, o que vai gerar uma
série de conflitos que vai acompanha-las pela vida afora.
“Havíamos decidido alimentar a
primeira paixão de nossas vidas e evitávamos explicações porque havíamos
aprendido que as explicações nos levavam para algo do qual tínhamos medo”.
Evitando
o engajamento e sem querer transformar sua obra num manual de bons modos,
Cíntia aborda um tema ainda polêmico com franqueza e sensibilidade. Dando toda
a espontaneidade ao romance entre as duas adolescentes, a autora enfatiza o
choque cultural e emocional que a relação traz para a comunidade em que elas
viviam, levando Ana a auto exilar-se em Paris e Clara a penetrar no complexo
mundo adulto. Mas as circunstâncias farão com que as duas voltem a se
encontrar...
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