O primeiro livro que li de
Reinaldo Moraes foi Pornopopéia (2009),
que despertou em mim a curiosidade de conhecer outros livros desse fantástico
(e divertido) escritor paulista. Em março de 2012 eu falei aqui no blog sobre Pornopopéia, “uma baixaria de alto nível”.
E os outros livros de Reinaldo Moraes não diferente, uma baixaria em alto nível
e divertidíssima. Em 2011, a Companhia das letras editou, através do selo “Má
companhia”, dois dos primeiros livros de Reinaldo, Tanto faz (1981) e Abacaxi (1985),
um a continuação do outro.
Em Tanto faz, Ricardo de Mello, o “herói” da história, larga o emprego
burocrático em São Paulo e vai morar em Paris com uma bolsa de estudos. Durante
12 longos meses, Ricardo, flanando por Paris, faz tudo menos estudar. Bebe em
doses cavalares, consome drogas em quantidades industriais, ouve música,
namora, filosofa e até tenta escrever, seu objetivo maior, mas o resultado não
é satisfatório. Na época do lançamento, um artigo negativo sobre o livro, em
que o jornalista perguntava qual seria a “misteriosa entidade que o alimenta de
dólares – naturalmente arrancados do contribuinte brasileiro”, fez as vendas
estourarem.
Até que chega o momento de Ricardo
voltar ao Brasil e prestar contas dos seus “estudos”. Essa volta para casa é
narrada em Abacaxi, de 1985. Com uma “ressaca
heroínica”, Ricardo embarca para São Paulo com baldeação em Nova York. A narrativa
desse segundo romance é mais intensa, concisa e mais, muito mais escatológica,
recheada de cenas de sexo, com direito a todo tipo de jorros e fluidos. Uma curiosidade
de Abacaxi é que na versão original o
nome do “herói” era Quincas, sendo mudado para Ricardo na Reedição de 2011, uma
vez que um é continuação do outro. Esse é Reinaldo Moraes, o Imoral!
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