Pesquisa divulgada pela Federação
do Comércio do Rio de Janeiro (FECOMÉRCIO) aponta que 70% dos brasileiros não
leram um livro sequer em 2014. A média de leitura do brasileiro é de quatro
livros por ano, de acordo com o Instituto Pró-livro (IPL). E por que o
brasileiro lê tão pouco? A professora Regina Zilberman, do Instituto de Letras
da UFRGS, justifica esses dados afirmando que “no Brasil existe a cultura da
oralidade muito mais forte do que a cultura letrada”. Eu discordo!
Vejamos países latino-americanos
com formações históricas muito parecidas com a nossa. Segundo o Centro Regional
para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe (CERLALC), 55% dos
argentinos são leitores, com uma média de 4,6 livros lidos por ano; 51% dos
chilenos são leitores, com uma média de 5,4 livros lidos por ano. Lembrando que
na pesquisa da FECOMÉRCIO, apenas 30% dos brasileiros se declararam leitores. Esses
dados da América do Sul estão a anos-luz dos dados espanhóis, onde 61% da
população são considerados leitores com uma média de 10,1 livros lidos por ano.
Então por que o brasileiro não
ler tanto como o argentino e o chileno? O “segredo” está no sistema educacional
desses países. O sistema argentino é considerado pela UNICEF e pela UNESCO como
um dos mais avançados e progressistas da América Latina e o país tem um índice
de alfabetização de quase 99% da população. No caso chileno, há quatro décadas
teve inicio uma reformulação profunda do sistema de ensino do país. E o
resultado é o destaque dos alunos chilenos no PISA e a certeza de que a maioria
das crianças passará, no mínimo, 12 anos na escola.
E no Brasil, oque vem sendo feito
para mudar essa realidade obscena, onde nem o professor é leitor? De prático,
pateticamente nada!
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