Temos dois bons motivos para cultuar Cidade pequena, cidade grande. O primeiro motivo é que é o livro de
estreia de Jack Kerouac, publicado em 1950. O segundo motivo é que ele antecede a
técnica de escrita automática, característica dos outros livros do autor, que
fez com que On the Road fosse escrito
em três semanas e Big Sur em dez
dias. Portanto é o único livro de Kerouac que foi escrito ao longo dos anos e
não em poucos dias.
Segundo alguns críticos, seu estilo é único na vasta obra do
autor, podendo ser comparado ao de Thomas Wolfe. A característica que não o
diferencia das outras obras do autor é o seu caráter autobiográfico. O núcleo
central da trama é a família Martin, mais precisamente Peter. Talentoso jogado
de futebol americano, o jovem é agraciado com uma bolsa de estudos na cidade
grande (Nova York) tendo que deixar a cidade pequena (Galloway) e sua família.
O livro também aborda as vidas dos outros sete filhos do
casal Martin, como Joe e Francis. Uma típica família americana, dotada de
energia e visão de vida, mas também desgastes, rachaduras e tristezas. Um romance
sobre seres humanos que envelhecem, vencem e fracassam. Que enfrentam as
vicissitudes da sua época, como a guerra e as crises econômicas. Entre o meio e
o fim, é possível perceber o traço autobiográfico típico das obras de Kerouac
quando os personagens se envolvem com o jazz, as drogas e as aventuras no mar e
na estrada.
Um livro essencial para conhecer Kerouac e sua obra.
MRA
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