Um livrinho de pouco mais de 50 páginas, apropriado para se
ler de um folego só, mas que desnuda o escritor Jack Kerouac e sua maneira de
escrever. Assim poderia ser definido
Cenas de Nova York & outras viagens, um livro marcadamente pessoal que
começa exatamente por uma apresentação do autor feita por ele mesmo. É possível
identificar nessa obra o mesmo movimento frenético da sua narrativa presente em
outras obras suas.
Depois da auto apresentação, temos Cenas de Nova York, uma descrição de cada rua e beco da cidade.
Mesmo sem nunca ter estado em Nova York (É o meu caso!), o leitor se sente
passeando com Kerouac pela grande metrópole ou fica com a sensação de já ter
estado lá. Melhor do que os relatos sobre a cidade é a citação de vários nomes
da literatura e do show business com quem ele conviveu intimamente.
O texto seguinte é Sozinho
no topo da montanha, relato feito a partir de sua experiência como vigia de
incêndio na Floresta Nacional de Mont Baker, na divisa com o Canadá. Kerouac
abandonou a vida agitada e boêmia de Nova York e resolveu se candidatar ao
emprego na tentativa de se isolar de todos. Passou três meses numa cabana no
meio do nada e o resultado é um texto repleto de reflexões sobre a... solidão.
“Nenhum homem deveria passar pela vida sem experimentar pelo
menos uma vez a saudável e até aborrecida solidão em um lugar selvagem,
dependendo exclusivamente de si mesmo e, com isso, aprendendo a descobrir sua
verdadeira força oculta. - Aprendendo, por exemplo, a comer quando tem fome e a
dormir quando tem sono.”
Em O vagabundo
americano em extinção, Kerouac expõe seu espírito andarilho, relatando
alguns casos da época em que viveu como ”vagabundo”. Por fim, temos um poema
chamado Rimbaud, em homenagem ao
poeta francês. Como não gosto de poesia, fico por aqui.
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