Em 1955, numa viagem ao México, Jack Kerouac apaixonou-se por
uma prostituta índia chamada Esperanza. A experiência deu origem ao livro Tristessa, um belo exemplo da prosa
poética do autor, publicado pela primeira vez em 1960. No livro, Kerouac
descreve de forma cruel o mundo de Tristessa, narrando a rotina de uma
prostituta decaída e viciada em morfina errando pelos becos da Cidade do
México.
Numa ambiente de pobreza e decadência no submundo da Cidade
do México, Jack, um poeta norte-americano de convicções budistas, convive com a
prostituta Tristessa, por quem se apaixonou, mas sem poder toca-la. O tempo de
Tristessa é tomado pelas drogas e sua busca incessante em consegui-las. Num
ambiente de miséria e desespero, Jack justifica o comportamento de Tristessa
afirmando que tudo na vida é dor e sofrimento.
Enfim, a prostituta Tristessa é a personificação das drogas,
Jack e seus amigos (entre eles Alen Ginsberg) são viciados em Tristessa. De
todos os livros de Kerouac, é o mais triste e poético. Um livro de agonia da
alma humana que a genialidade do autor consegue transformar em poesia: “Suave é
o chuviscar que perturbou minha calma”. Uma história que dá pra ler de um
fôlego.
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