Depois de O sonho do celta, de 2010, um romance marcado pela tristeza, Mario
Vargas Llosa volta com O herói discreto, de
2013, um livro que tem a marca da lealdade e da ética estampadas em seus
personagens principais. Situando sua ação em Lima e em Piura, duas cidades
muito importantes na trajetória pessoal e literária do autor, o livro corre com
duas histórias paralelas que, em algum momento, irão se encontrar. Os
protagonistas das histórias são Felícito Yanaqué, empresário do ramo dos
transportes, e Ismael Carrera, proprietário de uma corretora de seguros.
Felícito, empresário próspero e
trabalhador pouco instruído que vive na cidade de Piura, num determinado dia
recebe uma carta anônima com ameaças exigindo-lhe pagamento de uma taxa mensal
para que nada aconteça a ele, à sua e aos seus negócios. A denúncia da
chantagem à polícia vai dar origem a uma investigação cheia de percalços e
surpresas. A quase mil quilômetros dali, Ismael Carrera, um bem sucedido dono
de uma companhia de seguros resolve casar novamente, aos oitenta anos, com a
sua empregada. O gesto de Ismael não é motivado apenas pelo amor, mas como uma
forma de diminuir a parte na herança dos seus filhos gêmeos que levam uma vida
desregrada e que torcem pela morte do pai.
Entre esses dois personagens está
Rigoberto que, aos 62 anos, decide se aposentar antecipadamente para gozar
melhor a vida ao lado da sua bela esposa, Lucrecia. O problema é que Rigoberto
irá ser testemunha de casamento do seu patrão e amigo Ismael, o que atrai a ira
dos filhos gananciosos deste. Em paralelo, Fonchito, filho adolescente de
Rigoberto, mantém uma “amizade” com Edilberto Torres, que pode ou não existir,
dilema que tira o sono de Rogoberto e Lucrecia. Um livro com enredo simplista e
farsesco, mas que leva a “grife” Mario Vargas Llosa. Bom de se ler...
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