Quando se fala de um livro de
espionagem logo imaginamos um espião sex, armas sofisticadas, carrões velozes
muitas perseguições espetaculares e mulheres sedutoramente sex. O fator humano, de 1978, do inglês
Graham Greene, não tem nada disso, mas não deixa de ser um romance de
espionagem de primeiríssima linha. Um dos méritos de Greene é dá um foco maior ao
lado psicológico dos personagens em detrimento das suas ações. Portanto, as
reações inesperadas e as decisões moralmente condenáveis pululam as páginas do
livro.
Maurice Castle é um ex-diplomata
que trabalha na burocracia da Agência de Inteligência e é casado com Sarah, uma
belíssima sul-africana negra que conheceu na época em que serviu na África do
sul como diplomata. Davis divide com Maurice o escritório da Inteligência, mas
sonha em ser promovido a espião de campo. No entanto, paira sobre Davis sérias
suspeitas de traição. Mas o vazamento de uma informação vai transformar
drasticamente a vida dos dois colegas de trabalho.
Outro grande mérito de Greene é
não deixar a trama descambar para um maniqueísmo descabido. É impossível
distinguir mocinhos de bandidos (se é que eles existem na trama de Greene). Um
livro de espionagem, cuja trama gira em torno do amor entre um espião e sua
belíssima esposa, não é um livro qualquer. É um livro de um gênio da narrativa,
cuja trama dá mais importância às pessoas do que às estratégias políticas sem,
no entanto, deixar de ser um livro de espionagem. Um clássico!
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