Francis Scott Fitzgerald (1896-1940)
dispensa apresentação, então vamos direto ao livro. Os três contos que compõem O diamante do tamanho do Ritz e outros
contos foram escritos entre 1920 e 1922, época em que o autor vivia uma
constante festividade hedonista, regada a festas, bebidas e mulheres. Com um
humor ferino, nesses contos, de forma velada, Fitzgerald faz críticas à
superficial alta burguesia dos Estados Unidos dos anos 20. Uma crítica precisa,
mas não pesada, agradável de ser lida, mas nem por isso desprovida de conteúdo.
O primeiro dos contos, O diamante do tamanho do Ritz, escrito
em 1922, tem como protagonista John T. Unger, um jovem provinciano que, na escola,
torna-se amigo de um misterioso rapaz, Percy Washington, que afirma que o pai
tem um diamante do tamanho do Ritz. Curioso, Unger resolve acompanhar o rapaz
durante as férias para verificar a autenticidade da história. A mansão da
família Washington fica num local que não consta nos mapas oficiais, anonimato
mantido a custa de subornos. Um conto fundamental para entender os conflitos
que perturbavam a cabeça do autor.
O segundo conto, também de 1922, Bernice corta o cabelo, apresenta a
personagem-título como uma moça provinciana que vai passar férias na casa da
prima, uma jovem badalada que vive de festas na Era do Jazz. Com dificuldades
para se misturar aos novos amigos, Bernice recebe dicas da prima e muda sua
aparência, passando a fazer mais sucesso do que ela, traindo para si a inveja
da jovem. Um mergulho no universo das jovens da era do Jazz, com suas vazias
existências, presas a status e busca
inglória por popularidade.
Por último o conto O palácio de gelo, de 1920, onde
encontraremos o casal Harry e Sally Carrol, ele de origem nortista, ela,
sulista. Sempre flanando pela cidade, vão discutindo as diferenças entre a vida
provinciana e a vida na cidade grande. Nos três contos, a inquietação de
Fitzgerald a serviço da boa literatura...
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