O argentino Jorge Luís Borges é
considerado um dos maiores escritores latino-americanos e sua obra inclui ensaios,
poesia, contos e traduções. O Aleph, ao
lado de Ficções, são suas principais
obras, que caracteriza-se por histórias curtas interligadas por temas comuns,
como sonhos, labirintos, religião, Deus. Li recentemente O Aleph e, mesmo correndo o risco de está cometendo uma heresia
literária, atrevo-me a dizer que não gostei. Oscilei entre o enfado e a
incompreensão. Ou talvez a segunda tenha motivado o primeiro...
Mas dois contos se destacam: O imortal, o mais famoso conto de Borges,
e Os teólogos. O primeiro conto fala
de um general romano obcecado pela imortalidade, tema explorado por Borges em
suas reflexões filosóficas, mostrando a inutilidade da imortalidade para os
seres humanos. No segundo conto, Borges trata com humor as discussões entre os
teólogos Aureliano e João de Panonia, inclusive ao tratar da figura de Deus:
“Talvez fosse oportuno dizer que Aureliano conversou com Deus e que Este se
interessa tão pouco por diferenças religiosas que o tomou por João de Panonia”.
É uma leitura indispensável para se
formar uma opinião sobre o autor e conhecer o estilo e os meandros do
pensamento deste que foi um dos maiores escritores latino-americanos, mas não
espere uma leitura prazerosa que se faz numa sentada. É uma leitura voltada
para quem tem interesse em temas existenciais, humanos e divinos. Quem não se
interessar por esses temas procure outra leitura...
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