Filme de estreia do curitibano
Marcos Jorge, filmado em 2007 e ganhador do prêmio de melhor filme no Festival
do Rio nesse mesmo ano e de outros 16 prêmios nacionais e internacionais, conta
a história do nordestino Raimundo Nonato (João Miguel) que sai do interior para
tentar a vida na cidade grande. De início, consegue um emprego num decadente boteco
em regime de semiescravidão, mas que o faz descobrir seu imenso talento para a
gastronomia. Suas habilidades culinárias transforma o então decadente boteco de
Zulmiro (Zeca Cenovicz) e chama a atenção de Giovanni (Carlos Briani) dono de
um restaurante italiano de classe.
A vida de Nonato começa a mudar,
inclusive com o surgimento de um amor, a prostituta Íria (Fabíula Nascimento).
A relação dos dois dá uma particularidade especial aos diálogos devido ao
contraste do sotaque paranaense de Íria e o sotaque nordestino de Nonato. Simultaneamente,
o filme mostra Nonato mais a frente na linha do tempo numa penitenciária usando
seu talento gastronômico para subir na hierarquia do crime. Nesse momento, a
ingenuidade e a timidez do migrante nordestino, dão lugar a ambição e a
maquiavelice. Nessa parte do filme, destaque para a atuação de Babu Santana,
interpretando Bijiú, “dono” da cadeia em que Nonato está preso.
Com bom roteiro, Estômago cativa pela situação do seu
personagem principal, Nonato, que faz com que o espectador torça pelo seu
sucesso. Em resumo: é um filme muito bom! Não é a toa que recebeu diversos
prêmios em festivais nacionais e internacionais. É o tipo de filme que leva os
brasileiros a se orgulharem dos novos rumos que o cinema nacional vem tomando
nos últimos vinte anos.
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