David Foster Wallace nasceu em
1962 nos Estados Unidos, escreveu uma vasta obra composta de romances, contos e
ensaios e foi encontrado enforcado em 2008. Sua escrita tinha como
característica, além da ironia, da metalinguagem e da autoparódia, os extremos:
misturava referências eruditas e banais, filosofia pós-moderna e cultura pop,
escrita formal e linguagem das ruas. Na coletânea de contos Breves entrevistas com homens hediondos, escrito
em 2000, não é diferente. Os contos
que são bons são muito bons; os que são ruins são muito ruins. Ele,
definitivamente, era um escritor de extremos.
O título do livro vem de quatro
contos com o mesmo título em que sujeitos contam para entrevistadoras que nunca
aparecem nas histórias casos variados. De longe, o mais polêmico deles é aquele
em que um sujeito defende a ideia de que a violência sexual poderia trazer
benefícios para sua vítima, fazendo-a ver o mundo de forma positivamente
diferente. Em outro com o mesmo título, menos polêmico, mas de muita qualidade,
um sujeito conta como seu pai passou toda a vida trabalhando no banheiro
público de um hotel, sendo ignorado por todos os usuários, exceto quando
precisavam dele.
A escrita de Wallace namora a
chatice quando ele emprega determinadas inovações estilísticas, como nos contos
A pessoa deprimida e Octeto, em que as notas de rodapé são
maiores do que os contos. Ou no conto Datum
Centurio, em que usa uma linguagem incompreensível para os simples mortais.
Mas Wallace tem seus méritos, senão não seria considerado gênio por muitos
críticos, diversifica seus temas, usa a ironia, até mesmo o humor negro. Breves histórias... não é um livro fácil
que se ler num fôlego, mas se você conseguir chegar até o fim é uma experiência
que compensa.
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