Os roteiros dos filmes pornôs têm
a profundidade de uma gilete. É aquela conversa de “bêbado pra delegado” que
todo mundo sabe onde vai dá (e dá mesmo!). se você pular os entretantos e ir
logo para os finalmentes não terá perdido nada. Mesmo por que em filme pornô o
que interessa é o finalmente. Mal comparando, é o acontece em Cinquenta tons de cinza. Pule as
primeiras 286 primeiras páginas de uma narrativa rasa, recheada de palavras
repetidas (“enrubescer” e “olhos cinzentos”) e de um blá blá blá interminável e
entediante e vá até a página 287. Lá começa a sacanagem! Aí você pensa que o negócio vai melhorar.
Lamento informar: não vai! Como a autora falou que é um livro erótico para
mães, vou dá um desconto. As cenas de sexo são bocejantes!
A virgem Anastasia Steele conhece
o bilionário boa pinta Cristian Gray e se apaixona por ele. Só que o bonitão
quer apenas curtir um BDSM, nada de amor. Como ele próprio faz questão de
dizer, “não faz amor, fode”. Os diálogos entre eles e os dilemas da pura Ana
(as primeiras 286 páginas) fodem com a paciência de quem ler o livro. E quando
o leitor pensa que o negócio vai engrenar com as cenas de sexo picantes, o que
se vê são descrições enfadonhas das fantasias do galã, que se bem narrada,
daria algo bem mais excitante.
O grande problema é que o
marketing feito em torno do livro que criou uma perspectiva que não se
confirma. A autora, já sabendo que o que tinha escrito não era nem uma imitação
mal ajambrada do Kama sutra, apressou-se
em dizer que era um livro voltado para mulheres casadas. Somente uma mulher
vivendo no “paraíso” sexual que o casamento representa poderia subir aos céus
de excitação com as fantasias do comilão Cristian Grey. O mercado editorial
possui livros eróticos mais interessantes...
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