Não basta matar. Se possível,
chute o cadáver, cuspa nele. Pise-o, se for o caso. Se não for suficiente para
aplacar a sua vontade indisfarçável de tripudiar, vá ao velório, ria do morto
apontando para aquela cara arroxeada e inexpressiva, típica dos cadáveres. Se
tiver achando pouco, vá ao enterro, jogue a primeira pá de terra sobre o caixão
e, após a última pá, jogada por algum parente ou amigo, pisoteie a cova para
socar e endurecer a terra, evitando o impossível: o defunto escapar.
Não. Não é nenhuma manifestação
de sadismo da minha parte. Também não estou a ameaçar quem quer que seja, muito
menos dando conselhos macabros a ninguém. Mas, ao observar o comportamento (e
as palavras) daqueles que nos governa, é assim que pensam quem deveria nos
representar. O deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da proposta do governo
para a reforma da previdência, falou na semana passada, para uma plateia de
sindicalistas da CSB (Central dos Sindicalistas Brasileiros) que aposentadoria
é “subsistência” e que quem quiser ter uma “vida melhor” depois de aposentado,
faça outro tipo de poupança.
O grande problema é que, pela
proposta apresentada pelo governo e que o deputado acima citado defende, não
haverá tempo para o trabalhador subsistir. Serão necessários 49 anos de
contribuição para ter uma aposentaria integral. Vira cadáver antes! Isso tudo
com a justificativa de que a Previdência terá um rombo de R$ 180 bilhões somente
esse ano. O deputado e o governo ignoram (ou não querem ver) que a
inadimplência com o INSS chega a R$ 426 bilhões. Isso mesmo!!! Quase meio
trilhão de reais!!!!
E quem deve? O trabalhador? Não!
Empresas como a do próprio deputado Arthur Maia, a Lapa Distribuidora de
Combustíveis, que deve ao INSS R$ 151,9 mil. Isso mesmo! O sujeito que quer
acabar com o rombo da Previdência às nossas custas é devedor da própria Previdência.
E ele não está só!
Estre as cem maiores devedoras do
INSS está a empresa do senador Acyr Gurgacz (PDT-RO), a Eucatur, que deve R$
480 milhões. Detalhe: o senador defende a reforma da Previdência. É uma
oportunidade que ele tem de passar a dívida para os futuros cadáveres que hoje
se esfalfam de trabalhar para sustentar seus calotes. Em tempo, o deputado
“filósofo” Arthur Maia, que é proprietário rural e advogado, responde no STF
por peculato e lavagem de dinheiro.
Inaugura-se a máxima: eu te devo,
mas é você que me paga!
No dia seguinte ao discurso do
deputado Arthur Oliveira Maia, foi a vez do presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), fazer uso da verborragia demencial ao afirmar que a
Justiça do Trabalho “não deveria nem existir”. Segundo ele, as decisões
“irresponsáveis” de juízes do trabalho quebraram o “sistema de bar, hotel e
restaurantes do Rio de Janeiro”. O “gordinho mimado” precisa ser informado que TODO
o Rio de Janeiro está quebrado e que Sérgio Cabral, Pezão, Eduardo Cunha, o
próprio Rodrigo Maia, entre outros não são juízes do trabalho.
Colocam um nariz de palhaço no cadáver
e ainda querem que achemos graça da brincadeira.
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