Essa semana, o pastor Silas
Malafaia, da Associação Vitória em Cristo, Ligada à igreja Assembleia de Deus,
foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro num esquema de
corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral. O
histriônico pastor é o mesmo que vivia vociferando contra os desmandos do PT
durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff e conclamou os evangélicos a
lutar pelo impeachment. O verborrágico pastor é o mesmo que, quando da eleição
de Eduardo Cunha para presidente da Câmara, afirmou que aquela era uma vitória
de um “homem de Deus”, e, segundo ele a pessoa, mais “inteligente e honesta do
mundo”. E a culpa é do capeta!
Por falar em Eduardo Cunha, que
até pouco tempo era um membro honorável da Assembleia de Deus, tendo inclusive
usado a igreja para lavar U$ 250 mil recebidos de propinas, foi eleito
presidente da Câmara com apoio da bancada evangélica e festejado pelo “povo de
Deus” quase como um messias. Somente o “povo de Deus” não via que ele vinha se
metendo em maus feitos desde o governo Collor. Marco Feliciano (PSC-SP),
estrela pop da “bancada da Bíblia” chegou a afirmar, em abril do ano passado,
que ele era seu “malvado favorito”. E a culpa é do capeta!
Por falar em Marco Feliciano, o
metrossexual deputado da bancada evangélica, no ano passado uma jovem militante
do seu partido o acusou de estupro. Tão mitomaníaca quanto o acusado, a jovem
afirmou e negou sucessivamente a acusação. O caso está sendo investigado pelo
STF e hoje ela se dedica a apoiar causas antes criticadas por ela e pelo
deputado, como o empoderamento feminino. O plastificado deputado, numa das suas
inúmeras sandices, afirmou que os atentados em Paris, que vitimaram 129 pessoas,
eram culpa da própria França. Um país, segundo ele, defensor do aborto e da
liberdade sexual. E a culpa é do capeta!
Em Ariquemes, o prefeito mandou
suprimir (rasgar) as páginas dos livros didáticos da Rede Pública do município
que continham qualquer referência a diversidade sexual ou casamento
homossexual. O prefeito tomou a decisão após oito vereadores protocolarem
ofício solicitando a suspensão e o recolhimento dos livros. A justificativa?
Segundo o vereador Amalec da Costa (PSDB), que é radialista, existe uma lei
municipal que proíbe tais assuntos nas escolas. Não sabe o “especialista” que
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) têm como um dos temas transversais
a “Orientação sexual” e o que ele (e outros imbecis) chama de “ideologia de
gênero” nada mais é do que respeito à diversidade sexual, algo que qualquer
pessoa civilizada conhece. Não sabe também que rasgar as páginas dos livros é
dano ao patrimônio público. São esses tipos de políticos que governam a pequena
e poeirenta Ariquemes. E a culpa é do capeta!
São sujeitos como o esbravejador
Silas Malafaia, o presidiário Eduardo Cunha, o almofadinha Marco Feliciano e os
desinformados vereadores de Ariquemes acompanhado do seu frouxo prefeito que
querem decidir os destinos do país inteiro amparados em seus (pré) conceitos
supostamente retirados da Bíblia. Amparados na ideia esdrúxula de que “deus fez
macho e fêmea”, pessoas com conduta muitas vezes reprováveis querem criar um
país de cidadãos com direitos diferentes de acordo com sua identidade sexual.
Os “homens de bem” não conseguem
(ou não querem) entender que esse deus opressor que discrimina e persegue não é
o deus de todo mundo; que o que eles chamam de “ideologia de gênero” nada mais
é do que respeito à diversidade sexual, que está previsto nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN’s) como um dos temas transversais; que ninguém
ensina a ninguém a ser homossexual, bissexual ou heterossexual, as pessoas
apenas são, e independente do que sejam, tem o direito a viver com dignidade; que
as pessoas são livres para escolher, ninguém pode impor suas ideias religiosas
para toda a sociedade.
Mas a culpa sempre é do capeta!
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