“Existe apenas uma mulher no mundo. Uma mulher, com muitas faces”.
Nikos Kazantizakis (1883 – 1957)
é considerado o maior escritor e filósofo grego do século XX. Nascido na ilha
de Creta, na época sob domínio turco, escreveu, além de romances, relatos de
viagem, ensaios filosóficos, poemas e peças de teatro. Seus romances tratam de
temas universais como o amor, a solidão, o pecado, a violência e a hipocrisia.
Tornou-se mundialmente conhecido em 1964 quando teve um dos seus romances, Zorba, o Grego, adaptado para o cinema.
Kazantizakis viveu a maior parte da sua vida fora da Grécia, falecendo em 1957,
na Alemanha.
“As portas do céu e do inferno são adjacentes e idênticas”.
Em O Cristo recrucificado, publicado em 1948, a história se passa numa
pequena aldeia da Anatólia, Licóvrissi, onde o Conselho
Paroquial tem como tradição, a cada sete anos, na época da Páscoa, escolher os
moradores que encenarão a Paixão de Cristo. Manolius, um pacato pastor é
escolhido para representar Jesus; seus amigos Michelis e Costantis serão os
apóstolos João e Tiago; Panayotes, um aldeão irascível, será Judas; Ladas, um
proprietário de terras avarento e invejoso será Caifáz; e uma viúva alegra da
aldeia será Madalena. O critério para a escolha era não apenas a semelhança
física, mas também o comportamento moral do escolhido.
“Um homem precisa de um pouco de loucura. Ou então nunca
conseguirá quebrar as regras e ser livre”.
Nessa época, chega à
aldeia um grupo de refugiados vindo de uma aldeia vizinha que fugia dos turcos
que haviam saqueado sua cidade. Influenciados pelo pároco da aldeia, todos se
recusam a receber e ajudar seus semelhantes, com exceção de Manolius, o
“Cristo”. No conflito entre os que tem,
os habitantes de Licóvrissi; e os que não tem, os refugiados que, ao serem
rechaçados se abrigam nas cavernas al redor da aldeia; fica Manolius, que é
morto no embate, dando sua vida em sacrifício como um cordeiro. É a Paixão de
Cristo tonando-se realidade...
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