Premiado
no Festival do Rio 2015, o documentário De
gravata e unha vermelha (2015), da psicanalista Miriam Chnaiderman, mergulha no universo dos diferentes tipos de transgêneros,
mostrando os sentimentos e visões de mundo de vários personagens, entre famosos
(Ney Matogrosso, Rogéria, Laerte) e anônimos. Obrigados a representar perante a
família por anos a fio, esses personagens têm em comum o fato de resolverem, em
algum momento das suas vidas, romper o modelo de classificação binário quanto à
identidade de gênero.
O resultado
é um “desfile” de vários tipos de transgêneros. Tem aqueles que gostam de ser
homem, mas não se prendem apenas ao papel de homem, como é o caso de Ney
Matogrosso; tem o caso de Rogéria, que nunca quis mudar seu nome de batismo
(Astolfo) nem fazer a cirurgia de mudança de sexo; tem aqueles que evitam
classificações e pensam apenas no seu bem estar, como o cartunista Laerte, que
decidiu, após uma vida inteira, vestir-se apenas de mulher; tem também quem
mudou de sexo, tomou hormônios e mudou a identidade civil. Enfim, tem toda uma
diversidade de gêneros que foge ao masculino e feminino.
Alguns casos
chamam a atenção, como o de Geraldo que casou, teve três filhos, tem dois netos
e hoje se chama Letícia. Mas continua casado com a mesma mulher. A certeza que fica
depois de assistir De gravata e unha vermelha é que o corpo não define a identidade de gênero.
Outra certeza é que, entre famosos, a diversidade de gênero é vista como excentricidade
divertida e bem vinda, serve até como publicidade gratuita para alguns meio de
comunicação. No entanto, essa não é a realidade quando se trata de anônimos,
que vivem uma vida de discriminação, exclusão e violência, quando o que mais
querem é ser felizes.
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